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Segundo o manual técnico operacional da hanseníase (MOH) (2016), considera-se
caso de hanseníase a pessoa que apresenta um ou mais dos seguintes sinais cardinais,
necessitando de tratamento com poli-quimioterapia (PQT): a) lesões ouáreas da pele com
alteração da sensibilidade térmica, ou dolorosa ou tátil; b) espessamento de nervo
periférico, associado à alterações sensitivas ou motorasou autonômicas; c) presença de
bacilos M. leprae, confirmada na baciloscopia de esfregaço intradérmico ou na biopsia de
pele.
Segundo Nunes et al. (2011), estima-se que somente uma parcela da população que
entra em contato com a bactéria manifesta a doença, alguns casos levam de 2 a 7 anos para
se manifestar, acomete em especial a pele, atingindo, ainda, nervos periféricos. Pode,
também, manifestar-se de modosistêmico, atingindo os olhos, testículos, gânglios, também,
as articulações e vários outros órgãos.
O guia prático para realizar ação decontrole da doença em questão, produzido pelo
Ministério da Saúde (2001), diz que, dentre as pessoas que adoecem, algumas apresentam
resistência ao bacilo, constituindo os casos Paucibacilares (PB), que abrigam um pequeno
número de bacilos no organismo, insuficiente para infectar outras pessoas. Algumas pessoas,
um menor número não apresenta resistência ao bacilo o qual se multiplica no seu organismo
passando a ser eliminado para o meio exterior, podendo infectar outras pessoas. Estas
pessoas constituem os casos Multibacilares (MB), que são a fonte de infecção e manutenção
da cadeia epidemiológica da doença.
Para que haja a prevenção da doença é necessário que os casos sejam notificados, a
fim de que os pacientes recebam o devido tratamento. Conforme pontuado por Nunes et al.
(2011), “o diagnóstico da hanseníase é realizado essencialmente pelo serviços de Atenção
Básica de Saúde, mediante o exame dermatoneurológico, com o objetivo de identificar
lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade, assim como do comprometimento, ou
não, de nervos periféricos”.
As unidades de saúde básica tratam casos que requerem técnicas simples “como:
educação em saúde, exercícios preventivos, adaptações de calçados, férulas, adaptações de
instrumentos de trabalho e cuidados com os olhos. Os casos de incapacidade física, que
requererem técnicas complexas, precisam ser encaminhados aos serviços especializados ou
serviços gerais de reabilitação”. (MOH, 2016).