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Linha Editorial: Artigo Científico
Hipotireoidismo:
O desafio de buscar a qualidade de vida
Eduarda Ortegas Hernandes
1
João Miguel Coelho
2
Michelli Machado
3
Angélica Cândida Ferreira
4
Arlete Tavares Buchardt
5
Ivson Lelis Gama
6
Lizandra Carla Pereira de Oliveira
7
Raquel Kummer
8
Resumo: O Hipotireoidismo é um problema no qual a glândula da tireoide não produz
hormônios suficientes para a necessidade do organismo. A glândula da tireoide é um órgão do
sistema endócrino, localizada na região anterior da traqueia, ela é responsável pela produção
de dois hormônios a triiodotironina (T3) e a tetraiodotironina (T4), estes hormônios controlam
cada célula do nosso corpo. O Hipotireoidismo acontece quando os níveis de T3 e T4 estão
baixos. E podem causar sintomas como cansaço, sonolência, dificuldade de perda de peso
cabelos e unhas quebradiços, além de raciocínio lento. Seu diagnóstico deve ser feito pela
dosagem do hormônio produzido pela hipófise e dos hormônios T3 e T4. Seu tratamento é
simples, o medicamento deve ser tomado em jejum. A tireoide não tem cura, mas possui a
medicação que, se tomada corretamente, o paciente pode levar uma vida normal, além disso,
atividades físicas e uma alimentação saudável são essenciais. Utilizou-se a pesquisa
bibliográfica e o estudo de caso com técnica de entrevista para a obtenção dos dados. Chegou-
se à conclusão que, mediante acompanhamento e seguindo adequadamente as recomendações
médicas é possível obter melhoras significativas quando acometido por hipotireoidismo.
Palavras-chave: Hipotireoidismo, Tratamento, Hormônio, Medicação.
1
Eduarda Ortegas, estudante do semestre de Farmácia na Faculdade de Guarantã do Norte-MT- UNIFAMA.
E-mail: 1ª.farmaciauniflor@gmail.com
2
Joâo Miguel Coelho estudante do semestre de Farmácia na Faculdade de Guarantã do Norte-MT-
UNIFAMA. E-mail: 1ª.farmaciauniflor@gmail.com
3
Michelli Machado, estudante do semestre de Farmácia na Faculdade de Guarantã do Norte-MT- UNIFAMA.
E-mail: 1ª.farmaciauniflor@gmail.com
4
FERREIRA, Angélica Cândida; Doutora (2020) em Botânica (PPGB/UFRPE.
5
BUCHARDT, Arlete Tavares, Mestre em Letras e Linguística pela Universidade Federal da Bahia (2004).
6
GAMA, Ivson Lelis, doutorado em Química Orgânica pela Universidade Federal Fluminense (2012).
7
OLIVEIRA, Lizandra Carla Pereira de; Mestra em Ciência e Tecnologia de Alimentos (PPGCTA) pelo Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso IFMT. carlalcpo@gmail.com
8
KUMMER, Raquel, doutorado em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Estadual de Maringá - UEM
(2015). raquelkummer@hotmail.com
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Abstract: Hypothyroidism is a problem in which the thyroid gland does not produce enough
hormones for the body's needs. The thyroid gland is an organ of the endocrine system, located
in the anterior region of the trachea, it is responsible for the production of two hormones,
triiodothyronine (T3) and tetraiodothyronine (T4), these hormones control every cell in our
body. Hypothyroidism happens when the levels of T3 and T4 are low. And they can cause
symptoms such as tiredness, drowsiness, difficulty in losing weight, brittle hair and nails, in
addition to slow thinking. Its diagnosis must be made by measuring the hormone produced by
the pituitary gland and the hormones T3 and T4. Its treatment is simple, the drug must be
taken on an empty stomach. The thyroid has no cure, but it has medication that, if taken
correctly, the patient can lead a normal life, in addition, physical activities and a healthy diet
are essential. Bibliographic research and a case study with an interview technique were used
to obtain the data. It was concluded that, through monitoring and properly following medical
recommendations, it is possible to obtain significant improvements when affected by
hypothyroidism.
Keywords: Hypothyroidism, Treatment, Hormone, Medication.
.
1. INTRODUÇÃO
A tireoide é uma glândula endócrina responsável pela produção de hormônios que
possuem receptores na maioria dos tecidos do organismo, induzindo a síntese de RNA e de
proteínas onde centenas de genes está sobe seu controle.
A tireoide é uma das maiores glândulas endócrinas, tendo por função sintetizar os
hormônios tiroidianos que são essenciais para o desenvolvimento e crescimento dos diversos
órgãos e sistemas em humanos. O principal hormônio produzido pela tireoide é a tiroxina
(T4).
O hipotireoidismo refere-se à diminuição ou ausência de hormônios tiroidianos e se
caracteriza pela diminuição dos níveis séricos de T4 e T3, podendo ser classificado em
primário (quando a deficiência hormonal se deve à incapacidade, parcial ou total, da glândula
tireoide de produzir hormônios tiroidianos) e central (quando deficiência de hormônios
tiroidianos por falta de estímulo do TSH hipofisário ou do TRH hipotalâmico).
O hipotireoidismo primário decorre de doença na tireoide; o TSH é elevado. A causa
mais comum é autoimune. Habitualmente resulta de tireoidite de Hashimoto e, em geral,
associa-se a bócio firme ou, mais tarde no processo da doença, à tireoide fibrótica
diminuída, com pouca ou nenhuma função.
2. DESENVOLVIMENTO
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A tireoide ou tiroide é uma glândula em forma de borboleta (com dois lobos), que
fica localizada na parte anterior pescoço, logo abaixo da região conhecida como Pomo de
Adão (ou popularmente, gogó). É uma das maiores glândulas do corpo humano e tem um
peso aproximado de 15 a 25 gramas (no adulto). Confira imagem a seguir.
https://saude.abril.com.br/medicina/hipotireoidismo-sintomas-diagnostico-prevencao-e-tratamento/
Ela age na função de órgãos importantes como o coração, cérebro, fígado e rins.
Interfere, também, no crescimento e desenvolvimento das crianças e adolescentes; na
regulação dos ciclos menstruais; na fertilidade; no peso; na memória; na concentração; no
humor; e no controle emocional.
É fundamental estar em perfeito estado de funcionamento para garantir o equilíbrio e
a harmonia do organismo. É responsável pela produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e
T4 (tiroxina), que atuam em todos os sistemas do nosso organismo.
O hipotireoidismo é uma doenças endócrina. O hipotireoidismo congênito é uma das
principais causas de retardo mental e uma das doenças endócrinas mais comuns na infância.
As causas mais comuns são os defeitos na formação da tireóide, seguidas pelos defeitos na
síntese hormonal. Existem, ainda, defeitos na síntese do hormônio tireoestimulante (TSH),
resistência periférica aos hormônios tireoideanos, além de alterações transitórias, como
passagem transplacentária de medicamentos ou anticorpos maternos, excesso ou deficiência
de iodo. O seu diagnóstico é feito usualmente por clínicos e atualmente também por outros
especialistas, como ginecologistas e cardiologistas, conscientes dos seus efeitos indesejáveis
(PEREIRA, 2015). A esse respeito, observe o infográfico e confira os principais sintomas e o
tratamento.
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https://veja.abril.com.br/saude/hipotireoidismo-nao-impede-a-pratica-de-esportes/
Sobre o tratamento adequado, o site Tua Saúde sugere algumas questões específicas
quanto à alimentação que a pessoa com hipotireoidismo deve consumir.
“Alimentos como alga marinha, castanha do Pará, laranja e ovos são ótimas
opções para pessoas com hipotireoidismo, pois fornecem os nutrientes, como
iodo e gordura de boa qualidade, que são necessários para o bom
funcionamento da tireoide.
Já alimentos que contém glucosinolatos, como o brócolis e o repolho, devem
ser consumidos com moderação, assim como os alimentos ricos em açúcar,
aditivos e corantes artificiais, muito comuns nos produtos industrializados,
como em gelatina e biscoitos.” (Disponível em:
https://www.tuasaude.com/hipotireoidismo-alimentacao/. Acesso em
22/05/21).
Assim como uma alimentação adequada, tratamento como recomendado por um
médico endocrinologista, precisa-se pensar em prevenção. algumas pessoas, em
específico, que devem realizar o exame preventivo. Confira tabela.
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Mulheres com
mais de 50 anos
Quem fez radioterapia na
cabeça ou pescoço
Pessoas com Diabetes tipo 1
Durante a gravidez
Quem fez cirurgia na tireoide
Pessoas com doença autoimune
Se tiver bócio
Se tiver casos de doenças da
tireoide na família
Em caso de insuficiência cardíaca
Quem tem
Síndrome de Down
Quem tem Síndrome de
Turner
Produção de leite fora da gravidez ou sem
estar amamentando
https://www.tuasaude.com/hipotireoidismo/
Em síntese, percebe-se a necessidade de compreender o funcionamento da tireoide, os
sintomas ocasionados por problemas na glândula, tramento e alimentação adequados, assim
como, quais pessoas necessitam realizar exame preventivo com regularidade.
2.1 Metodologia
Realizou-se uma entrevista com uma paciente com a doença crônica
(hipotireoidismo),no dia 15 de agosto de 2019. Na ocasião foi aplicado um questionário
(tabela 1). A paciente E. T. H. do sexo feminino, de 41 anos, moradora da cidade de Terra
Nova do Norte-MT, que não quis ser identificada. Também foram utilizadosartigos científicos
buscados na internet para a fundamentação teórica. Logo após a entrevista, foram sugeridas
algumas mudanças para a pacienteincluir em sua rotina. A fim de que pudéssemos ver os
resultados que essas mudanças iriam trazeros medicamentos foram separados e deixados ao
lado da cama para que assim que ela acordasse pudesse tomar. Além disso, também, foram
sugeridos para ela alguns alimentos mais saudáveis para que ela pudesse incluir na
alimentação durante uma semana, também foi comentado que, quando ela pudesse, fizesse
alguma atividade física, como uma caminhada.
2.2Resultados e discussões
PERGUNTAS
RESPOSTAS
1. Qual é sua idade?
1. 41 anos
2. Qual é a sua doença crônica?
2. Hipotireoidismo
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TABELA 1. Questionário aplicado ao paciente.
3. Com quantos anos você
descobriu?
3.16 anos
4. Quais foram os primeiros
sintomas?
4.Eu ficava amortecida, braços, pernas e mãos
5. Como você descobriu?
5. Primeiro fui na farmácia e o farmacêutico
falou que podia ser problema de coração,
depois eu fui ao médico e ele falou que podia
ser estresse e ansiedade, como não passavam os
sintomas eu fui em um médico aqui da cidade,
que pediu 7 exames diferentes e nele tinha o da
tireoide
6. Como foi a primeira ida ao
médico?
6. Levei os exames feitos e ele pediu uma
ultrassonografia da garganta e passou o
medicamento Levotiroxina 25 mg, porém com
30 dias não havia abaixado
7. Quais exames você fez?
7. TSH e T4 Livre, Creatinina, Vitamina D e a
Ultrassom
8. Como está sendo o
tratamento?
8. Hoje eu tomo o Puran de 100 mg
9. Ainda sente algum sintoma?
9. As vezes quando estou na TPM
10. Possui mais alguma doença
crônica?
10. Não
11. De quanto em quanto tempo
vai ao médico?
11. hoje como ela está controlada, vou de 6 em
6 meses
12. Qual medicamento você
iniciou o tratamento, e qual
você toma hoje?
12. Comecei com Levotiroxina 25 mg e hoje
estou no Puran 100 mg
13. Teve alguma complicação por
conta da doença?
13. Não
14. Como é a rotina no dia a dia?
14. De manhã, em jejum, ao acordar tomo o
medicamento e depois de 1 hora tomo café,
no resto do dia levo um dia normal, cuido na
alimentação
15. Teve alguma reação adversa?
15. Não
16. Como é sua alimentação?
16. Na maioria das vezes balanceada
17. O que mudou na sua vida
depois da doença?
17. Agora eu tenho que aprender a conviver
com ela para o resto da vida e acabei
aprendendo que, às vezes, ela vai estar regulada
e não vou sentir nada e outras não
18. Está doença é hereditária?
18. Sim
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O estudo começou no dia 15 de agosto de 2019 e se estendeu até o dia 06 de setembro
de 2019. Para começar o estudo pesou-se a paciente e tiraram-se algumas medidas. O
Hipotireoidismo faz com que as pessoas tenham tendência a engordar, opeso inicial da
paciente era de 62Kg e ao final ela estava pesando 60 Kg, algumas medidas também
diminuíram como a medida da cintura que estava em 85 cm e na última medição estava
somente cm 78 cm. Pode-se levar em consideração a retenção de líquidos, foi colocado o
despertador do celular dela para despertar de 20 em 20 minutos para que ela se lembrasse de
tomar água. A paciente também reparou que durante esses dias do estudo ela não sentiu
nenhum dos sintomas como os amortecimentos que ela se queixava que,às vezes, sentia. Ela
também aumentou o consumo de frutas, verduras e legumes durante as suas refeições, a
paciente optou por trocar o arroz branco pelo o integral e, pelo menos duas vezes na semana,
ela caminhava um pouco. A paciente se dedicou durante esses dias, ela relatou que estava
querendo mudar os seus hábitos e que o acompanhamento veio na hora certa.
3.0 CONCLUSÃO
O presente artigo foi de extrema importância tanto para o paciente como para os
acadêmicos envolvidos. A paciente obteve melhoras significativas ao seu peso, a sua
disposição e a sua qualidade de vida, podendo, mesmo com a doença, levar uma vida normal e
com mais qualidade. E para os acadêmicos foi agregado o conhecimento de poder ter um
contato direto com o paciente, fornecendo orientações, buscando sempre ajudar a paciente
para que ela se sentisse motivada, fornecendo para ela a orientação da forma correta de como
tomar os medicamentos, olhando as validades. Este estudo ajudou tanto a paciente a buscar
uma vida saudável, como os acadêmicos a sempre terem um cuidado especial e diferenciado
para cada paciente.
REFERÊNCIAS
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Brasília :Ethosfarma; 2000.